quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

FINAL DE ANO.

Final de Ano! É puramente uma questão cronológica, que serve para estabelecer limites e delimitar parâmetros que contribuirão para evolução da História. Tem a ver muito mais com transição do que com conclusão. É algo exclusivamente terreal. Deus criou tudo, e tudo na terra passou a ter princípio e fim; ao intervalo entre um e outro se chamou de Tempo. O começo e o fim estão dentro do tempo e só existem por causa da criação.
O fim é relativo, porque o que agora é fim para um, pode ser o começo para outro. No final do ano se finda o calendário e muda-se a data, mas isso não quer dizer que houve conclusão de tudo, ou final de vida. Isso porque “o tempo não pára”, como dizia Cazuza.
Se formos bem realistas, o final de ano é: “um fim que não é fim”. A consciência desta realidade, talvez tornasse as festas de final de ano bem melhores. De todo último dia de cada mês, o dia 31 de dezembro é o que mais chama atenção. Este dia evidencia coisas significativas, tais como: passado e futuro; terminar e recomeçar; velho e novo; sonhos e projetos; expectativas e esperança.
Entre o dia 31 de Dezembro e o dia 1º de Janeiro há verdades que são pouco evidenciadas, senão vejamos:
- Espera-se um ano inteiro para se viver e festejar um tempo muito curto de transição. Já que é do fim para o início, só temos 24 horas. Conclusão: O valor do tempo não está apenas na quantidade, mas principalmente no grau de importância que damos a ele.
- Na virada de ano, a narrativa da história sofre uma pausa para fazer a transição apenas da data, porque nem tudo muda e a vida continua seu percurso natural. No seu livro “Feliz Ano Velho”, o Marcelo Rubens Paiva através da sua própria vida, consegue expressar muito bem isso. Já que muitas coisas do Ano Velho continuam no Ano Novo, o Ano Velho pode ser feliz também.
- O "velho" sonha com o "novo" e o "novo" revigora o "velho". Na verdade a grande expectativa é o nascer do “novo”. No entanto, uma vez o “novo” chegando, o que já existia fica mais velho ainda, e o que nasceu no primeiro dia, a partir daí já começa a envelhecer, inclusive o Ano novo.
- É o único período em que a maioria das pessoas mata o sono em busca de novos sonhos. Todos ficam acordados sonhando de olhos abertos à espera do “novo”. Sonhar não é uma questão de tempo, mas de expectativas e desejos.
- A idade e a vida se completam. A idade aumenta, e o tempo de viver diminui. Ter vida longa tem a ver com a quantidade de tempo vivido; viver intensamente tem a ver com a qualidade com que usamos o tempo.
É incômodo para todo ser humano aceitar que ficamos limitados pelo tempo. Essa inquietação é decorrente da nossa originalidade: Fomos criados para sermos eternos. “Deus pôs a eternidade nos corações dos homens” (Ecl.3:11). Dentro da eternidade deveríamos transcender o tempo, no entanto, o nosso mau uso do tempo, fez esse mesmo tempo nos aprisionar.
O tempo nos tragou, ou seja, nos tirou da eternidade. Então passamos a lutar contra a limitação do próprio tempo. Além do mais o tempo é traiçoeiro, porque em determinados momentos pensamos que ele findou, mas na verdade ele continua presente; é o caso do Final de Ano.
Como tudo que Deus criou deve alcançar o sentido e o propósito de ser, Ele mesmo nos capacitou a usar o tempo da melhor maneira possível. Aqueles que sabem remir bem o tempo sabem também, dentre outras coisas, usufruírem o melhor que um Final de ano proporciona.
Um Final de ano tem diversas roupagens, porque primeiramente é gerado na cabeça de cada um. É cada pessoa que cria a forma como quer passar seu final de ano. Mas para quem quer ganhar tempo, o importante mesmo é vivenciarmos com toda intensidade este dia, fazendo dele uma grande festa. Mesmo consciente da não intermitência do tempo, opto por fazer do Final do Ano um motivo de festejar a vida com a Vida e com quem tem vida.
Um feliz Final de Ano e um abençoado Ano Novo!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

VIVER

Sem perceber..., fui percebendo. A vida me ensinou o significado de Viver.
A intensidade de um viver bem vivido transcende o tempo do tempo.
É no prazer de viver bem, que o tempo torna-se etéreo e eterno ao mesmo tempo.
Um minuto de bem viver, sobrepuja o êxtase de um orgasmo sublunar. [Coisa que só o amor explica].

O que foi..., deixou de ser; o que será..., ainda não é. Conclusão: Viver é!
A verdade é que só se vivi o agora. O passado é lembrança; o futuro é esperança.
E o que mudou? Apenas passou a ser o que tinha que ser.
E o que será? Só será o que tem que ser. E o que já é? É, porque é o que é. [É ilusão tentar entender].

Por muito tempo tentei definir o viver a partir do saber.
Busquei entender o viver por meio da insensatez e mediocridade da mente humana.
E aí, só consegui alimentar a minha frustração diante da ilimitada limitação da criação.
Cansado de querer saber, me rendi diante do viver. Entendi! [Não é preciso saber, basta viver].

Dizem: “A vida é bela!” Mas só é bela quando sua beleza é fruto do viver a [na] Vida.
A beleza da vida está em simplesmente viver o que a vida é: Vida!
A essência da vida está no Ser; o prazer de viver está em deixar-se ser para o Ser.
Viver é, antes de tudo, “ser” o que nasceu pra “ser” [Pela graça de Deus somos o que somos].

Não quero entender o viver...
Simplesmente, Vivo!

sábado, 31 de outubro de 2009

NUANÇAS DA GRAÇA

Embora saiba que a graça de Deus, na sua totalidade, não pode ser explicada e nem entendida pela mente humana, todavia sei que é possível detectarmos algumas nuanças dela, que somente são reconhecidas por aqueles que não buscam explicações plausíveis, mas apenas vivem e usufruem intensamente os seus benefícios.

Sem sombra de dúvida, uma das qualidades de alguém que tem intimidade com Deus é quando este alguém aprendeu a viver pela Sua graça. Um dos matizes da graça que mais me chama atenção é o efeito contrário que ela gera no indivíduo em relação aos padrões e valores terreais. Enquanto o “ser” representa para muitos, ter encontrado o tesouro perdido nas profundezas do oceano; para quem vive pela graça o “ser” representa ser o próprio tesouro que torna o espetáculo da vida mais bonito, e que nos capacita a ver e usufruir também das riquezas e maravilhas deste mesmo oceano.

Pela Graça que me alcançou, me rendi diante da graça que contradiz a razão humana; que torna louca a sabedoria deste mundo; que faz as coisas vis e desprezíveis aniquilarem as que parecem ter valor, com o fim de confundir os que se acham sábios. Por um bom tempo, como cristão, vivi debaixo da graça de Deus sem, no entanto, experimentar a “loucura” desta graça. Vivia no limbo da graça. Porém, pela misericórdia de Deus, fui acordado a tempo de não permitir que a religião aliada com a instituição, continuasse me sufocando e impedindo-me de ser marcado pelos lampejos do favor eterno do Pai.

O peso da doutrina sem o aquecimento da graça cauterizou minha mente e me acorrentou a uma vida sem graça, estreita e enviesada. Preso pela ditadura dos padrões evangélicos, e não cristãos, deixei de usufruir o que foi intitulado de abominável e vulgar, pela religião. Ceguei, por um tempo, para os detalhes ignotos da vida, que produzem os prazeres mais sublimes para a sobrevivência de um “ser” criado conforme a imagem de Deus. Hoje, tudo faz sentido. Porque pela graça de Deus, aprendi a tirar proveito de tudo; aprendi a valorizar muito mais as coisas que produzem resultados permanentes, tais como: Ir ao cinema para assistir um bom filme com minha esposa; emocionar-me com a leitura de um romance e de uma poesia; ouvir o canto de um pássaro ao amanhecer; condoer-se com o olhar de um adolescente no semáforo; relaxar ouvindo a melodia de uma boa música; contemplar a linha do horizonte no oceano; sentir a brisa da aurora da manhã; andar na praia ao entardecer; beber um bom vinho; gritar “gol” com meu filho; comprar um bom livro para minha filha; papear na roda de amigos; assistir uma boa peça teatral; usufruir o silêncio da madrugada; extasiar-se diante do inexplicável; sorrir das minhas próprias limitações; andar de mãos dadas com as diferenças pessoais; enfim, decidir simplesmente viver e viver cada minuto com toda intensidade.

A essas alturas da minha vida, quero viver integralmente o que a graça de Deus me presenteou, independente de qualquer coisa. Quero viver a liberdade de ser livre, mesmo que seja tachado de louco, até porque, é impossível viver a liberdade sem experimentar a “loucura” da graça. Prefiro ser louco, não da mente, ou ser demente, mas louco para esvaziar a mente e ser cheio da mente de Cristo. A graça de Deus foge à razão humana; é algo extraordinário, porque faz a gente tocar no intocável, ver o invisível, compreender o incompreensível, tolerar o intolerável humano, e até mesmo acreditar que os “loucos” também amam (e quem sabe verdadeiramente amar?).

Conclusão. De imediato a graça de Deus me livrou do inferno das trevas, e no decorrer do tempo vai me livrando do inferno da terra. A graça também me libertou de uma vida sem-graça, e de graça me deu uma nova vida cheia de graça. Isso aconteceu porque entre a sanidade humana e a “loucura” da graça, escolhi esta, que si manifesta em Deus, por meio de seu filho, Jesus!

sábado, 17 de outubro de 2009

Lembranças da infância

Os tempos mudam! O que era especial ontem, hoje já não se dá tanta importância. Lembro-me dos momentos especiais de final de semana, com a família toda, reunida na copa-cozinha ao redor de uma grande mesa feita de pau d’arco. Momentos inesquecíveis que não voltam mais. Naqueles momentos, pelo fato de estarmos todos juntos, tudo era festa, a alegria inundava o ambiente e isso gerava uma mistura de prazer e felicidade. Qualquer coisa era motivo de sorrir e dá gargalhada, ríamos por bobagem, a ponto de derramarmos lágrimas. Havia liberdade de ser quem realmente éramos sem medo de sermos rejeitados.
Domingo! Significava mesa cheia (Só quando começamos a estudar que passamos a dizer mesa farta). A galinha caipira não podia faltar, e quem melhor preparava era papai. Ele também fazia o suco de cupuaçu, que ele chamava de vitamina KB12, para nós era o melhor suco do mundo. Sentíamos orgulho de dizer isso, ele também, é claro! Mamãe se realizava ao ver toda a família reunida. As coisas aconteciam naturalmente. Havia a hora do almoço e da janta (dizer “almoçar” e “jantar” era coisa de granfino, ou seja, de gente rica). Ninguém comia primeiro até que todos estivessem na mesa. Ai daquele que sentava para comer “nu de cintura pra cima”, para meus pais era inadmissível. Só havia um momento de silêncio, quando mamãe fazia a oração de agradecimento a Deus pela comida e pela família.
Hoje, a maioria das famílias não prepara jantar, fazem apenas um lanche, que no final das contas acabam comendo mais do que se jantassem realmente. Na minha infância, o jantar era preparado todos os dias, e servido às 6:00h da tarde. De vez enquando mamãe preparava uma sopa, era tão forte e saborosa que quando comíamos, suávamos por todos os lados do corpo (eu sei, hoje é por todos os poros). Nos dias de lua cheia, antes de dormir, nos reuníamos na área livre enfrente da nossa casa, que meus pais chamavam de “terreiro”, e ficávamos papeando até dá sono. Papai gostava de cantar a música de Nelson Gonçalves “Boemia” e mamãe cantava músicas de Ângela Maria. Tinha uma música que até hoje me lembro dos dois cantando: “Fiz uma casinha branca lá no pé da serra pra nós dois morar, fica perto da barranca, do rio Paraná...”. Havia o momento de contar estórias. As estórias que Papai contava eram demais. Só quem sabia contar melhor era ele. A nossa estória predileta era a da onça pintada; pedíamos pra ele contar várias vezes, e ele contava que parecia de verdade. Já mamãe só contava estórias de assombração e visagem, eram as últimas estórias que ouvíamos, porque quando ela terminava, todos iam dormir escondidos debaixo dos lençóis. Mas tudo isso era significativo e excitante para nós.
Minha família sempre aproveitava o tempo de cada fruta para ser motivo de estarmos juntos e fortalecermos nossa unidade. Tinha o período do milho. Papai comprava as espigas de milho para fazer canjica e comermos milho cozido. O preparo da canjica dava uma trabalheira doida. Tínhamos que ralar o milho. A primeira vez que ralei foi terrível, porque ralei também os dedos, e dessa vez a festa ficou sem graça pra mim. O consolo foi que mamãe deixou que eu comesse bastante canjica. Outro tempo bom era o tempo da juçara. Meus pais não gostavam de comprar juçara pronta, eles mesmos preparavam. Deixavam a juçara de molho até amolecer a polpa, depois colocava no alguidar e amassava com as mãos até toda a polpa se desprender dos caroços, e só então usava a peneira, feita de fibra de palha de arumã, para coar o líquido da juçara. Entre outros momentos, tinha o café da manhã que era recheado de: cuscuz de milho, beiju, macaxeira cozida, batata doce, cará e o leite mugido.
À medida que fomos crescendo, essas coisas foram ficando para traz. Que pena! Sinto saudades! A correria para chegar ao trabalho e no colégio à tempo; a ânsia pelo prazer de viver coisas novas; o próprio desenvolvimento natural daquela geração; o avanço da tecnologia trazendo a televisão; o crescimento demográfico, etc., foram sufocando as coisas simples que vivíamos. Agregado a tudo que o desenvolvimento trazia, passamos a ver nosso pai preso pelo alcoolismo. E aí foi triste, porque tudo desmoronou. Só que a partir daí, é outra história. Fico por aqui. Em outro momento contarei essa parte. Porque o que quero mesmo, é evidenciar o lado lindo e maravilhoso que vivi com meus pais e meus irmãos. Sempre que lembro essas coisas, fico feliz, além de ser contagiado por um desejo muito forte de continuar vivendo e usufruindo coisas semelhantes com a minha família atual. Quando olho para traz e lembro-me destes momentos, só posso dizer que: Foi Deus quem me abençoou com estes momentos inesquecíveis.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

DESGASTADO

É assim que me sinto! Consumido pelo atrito entre o “ser” e o “ter”. Sinto-me como uma pastilha desgastada, que está na eminência de danificar o disco de freio do carro que me carrega. Preciso parar de ser desgastado pela própria vida e pela ação de um sistema dominante que escraviza o meu “ser”, caso contrário, me tornarei instrumento de desgaste na vida dos outros.
Já não tenho estômago para suportar o gosto amargo da incoerência que permeia o mundo ao meu redor; que machuca minha consciência e agride minhas convicções. Vivo a agonia do “deixar tudo” para “ser tudo o que devo ser”; de reencontrar o que sempre busquei e que no decorrer do tempo fui perdendo.
Sinto-me incomodado e tenso diante do que deve ser feito, do caminho a ser seguido e da decisão a ser tomada. Sou engodado pela circunstância e pela comodidade, e isso depõe contra mim mesmo. Angustio-me diante da minha vulnerabilidade e incapacidade de seguir a estrada que produz em mim leveza e liberdade.
Percorro com os olhos à procura de cantos obscuros, com o fim de evitar o confronto comigo mesmo e com esta vida que me seduziu e me cercou de forma traiçoeira. Acabei me deixando levar por uma estrada de uma única via, e que só tem um ponto final: A insatisfação. Estou no final desta estrada; preciso retornar.
Minha ânsia é pela liberdade de viver a própria liberdade. Quero abandonar o que me aprisiona, quero afastar-me do que me anula e me sufoca. Enclausuro-me dentro de mim mesmo, e isso trava minha essência de ser, agrava a dor da minha alma e sufoca minha existência. Cada minuto que passa, luto para não perder a luminosidade de quem já foi iluminado e marcado pela Verdade.
Miserável homem que sou! Quem me livrará deste cativeiro? O que me sustenta é a certeza de que a Providência já providenciou minha libertação de tudo isso. Perdi o apetite, mas não perdi a esperança. Para Aquele que controla tudo, o desfecho de minha história está em suas mãos. O que vai ser não sei. Só sei de uma única coisa, preciso voltar a ser o que sempre fui antes de me encontrar nesse buraco negro.
O meu alento é a certeza de que não estou só, Ele está comigo. Só a presença dele é suficiente para me fazer caminhar no caminho de volta para o propósito que Ele tem para mim. Sei que chegará o dia em que deixarei de está desgastado e estarei pleno e inteiro diante Dele. Meu descanso é continuar ouvindo Ele me dizer: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Rastro de uma vida

Fui o que muitos já foram...
Um idealizador de projetos insólitos;
Um sonhador de sonhos inusitados;
Um neófito prenhe da inocência e da imaturidade;
Uma promessa de um futuro incerto.

No berço da família, fui...
A realidade de quem sonhou o que não sonhei;
Referencial dos filhos de pai ausente;
Exemplo na perseguição da conquista;
Escape para salvação dos que creram depois.

No aprendizado da vida, fui...
Marinheiro de primeira viagem;
Escora de quem chegou primeiro;
Calo no pé de quem estava na vez;
Dublê dos que não sabiam fazer;
Salvação dos que não conseguiam ser.

Quando deixei pai e mãe, me tornei...
Amado da minha amada;
Referencial dos filhos que sonhei;
Guardião da família abençoada;
Sacerdote do grande Rei.

Do caminhar no Caminho...
De perdido fui achado;
De bastardo fui feito legítimo;
De escravo tornei-me livre;
De livre tornei-me servo;
De servo tornei-me filho por meio do Filho.

No decorrer do tempo...
De menino cheguei a ser homem;
De principiante tornei-me experiente;
De obscuro passei a ser conhecido;
De vulnerável tornei-me resistente.

Hoje, sou o que sou.
O que fui, fui; o que sou, sou; o que serei..., é o que desejo ser:
Semelhante a Jesus.




domingo, 12 de julho de 2009

FORMAS E FÔRMAS

Nasceram parecidas, mas não são gêmeas; são parônimas. Apresentam grafia e pronúncia parecidas, no entanto, tem significados diferentes.

No projeto da criação e da criatura, formas e fôrmas são marcas registradas do Criador. Ele deu forma à terra, que depois ficou deformada e vazia. Fez a criatura nascer disforme, já que o feto na fôrma com o tempo é que vai criando forma. Este, depois de formado, de qualquer forma tem que sair da fôrma. Fora da fôrma passa a viver de diversas formas. No decorrer do tempo, acontece o inverso, ele vai perdendo a forma até ser colocado em outra fôrma. Sem vida somos colocados na fôrma para perder a forma. No final, a forma e a fôrma se deformam.

A fôrma expressa uma forma de ser, por isso é estática. A forma expressa um modo de fazer, por isso é dinâmica. Existem diversos tipos de fôrmas; existem diversas formas, de ser, fazer e viver. A fôrma tem forma, então podemos dizer que, a forma define a fôrma. Tem fôrmas pra tudo; tem formas de tudo. A forma diversifica a fôrma, por isso tem fôrmas de diversas formas, no entanto, a fôrma uma vez estabelecida limita a forma. A fôrma engessa, formata, padroniza, e no decorrer do tempo, cauteriza e institucionaliza a forma. Daí podermos afirmar que tanto a forma como a fôrma podem se dissolverem ou se eternizarem, no curso da história.

As formas expressam diversidades, porque é possível se fazer a mesma coisa de diversas formas. Há quem de diversas formas vive; há quem só vive de uma forma, e acaba preso na fôrma. Há quem se forma, se conforma e se deforma. Há ainda quem gosta da fôrma, vive na fôrma e morre na fôrma. Só entra na fôrma quem se conforma; uma vez conformado, pra sair da fôrma só há uma forma, quando a fôrma se deforma.

Chega! Já estou farto desta salada que é feita de uma só forma; a forma da fôrma. Não dá mais pra engolir esta mistura, enjoei de comer da fôrma que me deixou fora de forma. Quero a forma que me reforma me transforma e me renova. Quero o formato da primeira fôrma, aquela que foi feita pelas mãos do Grande oleiro, que tem as medidas exatas da minha verdadeira forma: A forma de Cristo.

Deus olhou para mim e me viu disforme, então por meio de Cristo me deu uma nova forma. Com o passar do tempo fui perdendo a forma e me enquadrando na fôrma de um cristianismo que não tem a forma de Cristo. Pela graça e misericórdia Daquele que me deu forma, fui liberto da fôrma que estava me deformando. Agora, só sei de uma coisa: “Nele sou cada dia transformado, para chegar à forma e semelhança Dele mesmo”.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A IMPORTÂNCIA DO NOME

Na vida poucas coisas são mais importantes que o Nome. Até Deus se autodenominou: No Velho Testamento é o Eu Sou, no Novo Testamento é Jesus Cristo, e depois do dia de Pentecoste é o Espírito Santo.
O Nome é tão importante, que está inserido em um dos dez mandamentos de Deus.
No decorrer dos tempos, nomear passou a ser motivo de estudo, daí surgiu a Onomástica e a Antroponímia, que trata do estudo dos nomes próprios e de pessoas.
O primeiro trabalho executado por Adão foi dar nome aos “bois”, e acho que não foi fácil. Tudo o que Deus criou tem nome, por isso podemos até dizer que, nesta vida tem nome pra tudo.
Bastou nascer, tem que registrar o nome; cresceu, tem que ter Identidade; morreu, tem que colocar o nome na lápide. Quando não se acha nome, se coloca qualquer nome; só não pode é ficar sem nome. Basta observar que até o espaço vazio dentro de uma lata tem nome: Filho, o que tem dentro da lata? “Nadinha”, mamãe.
Conheci um cachorro, cujo nome era Xô vê. “Xô vê” é redundância nordestina de “Deixa eu vê”. A família se reuniu para colocar o nome do animal. Quando alguém sugeria um nome, o outro dizia: Não gostei, xô vê outro. A coisa ficou tão difícil de dar nome, que acabaram chamando o coitado de Xô vê. A primeira vez que ouvi, pensei que era “chover” de chuva, mas me enganei.
O nome é fator determinante na vida de uma pessoa, e até mesmo de uma empresa, loja, repartição, cidade, estado e nação.
O nome pode aproximar ou afastar, porque fazemos relação do nome com aquilo que ele reflete; o nome pode gerar respeito, admiração e até gozação. Colocar nome de cantor, jogador e artista, nos filhos, se tornou epidemia no país. Na minha cidade, que é uma ilha, conheço muitas pessoas com nome de “João”, “Pedro” e “Paulo”, mas não conheço nenhum “Judas”, “Osama Bi Laden” ou “Saddan Russein”; de nome, é claro.
O nome pode também prejudicar. Tem gente que deve Deus e o mundo por causa do nome, ou seja, o que vale é andar com a marca, com a griffe, isso é mais importante do que ficar endividado ou com a reputação pessoal comprometida.
Tem gente que até morre por causa do nome, porque não importa quais conseqüências refrigerantes, uísque ou cigarros geram, mas se a marca está na mídia, isso é o que importa, “a vida é minha...”.
Brincar com o nome não é o problema, porque tem até apelido que passou a ser registrado como nome; o problema é com qual nome estamos brincando. Aqui no Brasil, “doido” é quem brinca com o nome de quem tem o poder de apagar o nome.
No mundo há um Nome que é muito usado. Usado de muitas formas; com jeito, sem jeito e de qualquer jeito. Um nome que é adorado e rejeitado, reverenciado e negociado. Esse nome é o Nome que está acima de todo nome: JESUS CRISTO!
Infelizmente muitos têm usado o nome de Cristo de forma vulgar e irresponsável, porque não vivem os padrões que este nome exige; ignoram o terceiro mandamento: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão”.
Não tomar o nome de Deus em vão, não diz respeito somente à maneira, o modo, de falar. Está acima disso. Trata-se de uma relação de aliança e compromisso de viver em função d’Aquele que tem esse Nome, de defender e guardar a imagem que esse Nome reflete. É como o casamento de um homem com uma mulher, onde a mulher assume o nome do esposo.
Confeccionam-se adesivos com esse Nome e afixam nos automóveis, como se o nome em si, fosse mágico. Esquecemos que as letras J-E-S-U-S por si só são apenas letras e nada mais. Jesus ensinou isso dizendo: “Nem todo que me diz Senhor, Senhor, herdará o reino dos céus”. O apóstolo Paulo afirmou que a letra sem o Espírito é morta e mata. Admira-se o Nome, mas não se encarna a essência, a vida, que este Nome carrega.
Aquele que tem o Nome que é maior que todos os nomes, têm poder de mudar tanto a vida como o próprio nome de uma pessoa. Abrão, Jacó e Simão, por causa do Nome, mudaram de vida e de nome.
Sem nome é complicado conviver; sem engrandecer o Nome é difícil viver.
Sem nome ficamos sem Identidade; sem o Nome que está acima de todo nome, perdemos nossa verdadeira identidade: Semelhantes a Jesus.
“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu Nome,...”

sábado, 13 de junho de 2009

MEU SILÊNCIO

Os dois silêncios da vida me encantam; o externo e o interior. Sou amante do silêncio, porém detesto a solidão. Meu silêncio não é reflexo de nostalgia, de lembranças do passado, nem de sonhos do futuro. No silêncio vivo o presente com toda intensidade.
Meu silêncio é o meu desejo de simplesmente ser e sentir; é também meu espaço particular onde só pode ser habitado por mim e por Deus. No silêncio consigo me encontrar comigo mesmo.
É no silêncio que tenho sensibilidade para ouvir o gemido da alma e as batidas do coração; meus tímpanos são aguçados para ouvir, não apenas o que a boca fala, mas principalmente o que vem do íntimo. No silêncio aprendi a emprestar meus ouvidos para quem não tem com quem compartilhar sonhos e desabafar frustrações.
O silêncio faz calar a minh’alma, anular minhas justificativas, destruir meus questionamentos, e matar minhas precipitações. No silêncio ouço o que não é falado, o que não é dito, o que não é revelado, por voz humana.
Meu silêncio não torna minha consciência muda; não me faz calar diante da injustiça; não permite que minhas convicções sejam abaladas; nem me deixa ser moldado por conceitos e princípios ocos e ruidosos.
No silêncio minha visão vai além do horizonte, chega aonde ninguém consegue chegar, e me faz perceber a beleza escondida nas coisas simples da vida. É no silêncio que minha intuição é estimulada e minhas percepções afinadas.
No silêncio sou ao mesmo tempo, esvaziado e enchido, esfriado e aquecido, diminuído e expandido; posso parar e correr; chorar e sorrir; nascer, viver e morrer num só segundo. Em silêncio caminho no meio da multidão sem sair do meu estado de graça e paz interior.
É no silêncio que sou levado ao santíssimo lugar, onde posso está com Deus face a face. É quando consigo ouvir o sussurro do Pai dizendo: Aquieta-te, estou aqui. E depois de ouvir a Sua voz, em silêncio me deleito Nele.
Silêncio! Não faz zoada. Deus gosta do silêncio, também.

domingo, 31 de maio de 2009

LIVRE PARA SONHAR

Hoje foi um dia diferente. Aconteceu comigo o que Mário Quintana escreveu: “Sonhar é acordar-se para dentro.” Acordei sonhando.
Convido você para também sonhar; mesmo que seja lendo.

Já pensou se...

Tudo fosse diferente. Não só cantássemos: “Tudo é diferente, é tão diferente...”, mas tudo fosse realmente diferente...
Os veículos não tivessem donos, e sim, ficassem à disposição de quem realmente necessitasse...
Cada família fosse proprietária de apenas uma casa, de forma que tivesse casas para todos...
Os lucros fossem equacionados de forma justa, de tal maneira que todos fossem beneficiados...
A educação fosse possível a todos, e os professores fossem bem remunerados...
Os hospitais fossem bem equipados, e os enfermos fossem bem assistidos...
O chão não tivesse dono, e fosse ocupado conforme a necessidade real de cada família...
Algumas profissões e invenções fossem desnecessárias, tais como: Vigia; policial, guarda de trânsito, guarda florestal, milagreiro, curandeiro, etc.
Não existisse politicagem, e os governantes desenvolvessem a prática da verdadeira política...
As descriminações perdessem forças, e a prática do amor Supremo prevalecesse sobre a humanidade...
Os empregados não fossem escravos do trabalho, mas o ato de trabalhar fosse uma expressão de prazer e realização...
Entre os homens, o prazer de dar fosse maior do que o de receber, e o de servir maior do que ser servido...
Os templos não fossem vistos como os únicos lugares de adoração, e as pessoas fizessem de suas casas o principal local para cultuar a Deus...
O desejo de ter vida longa fosse companheiro do desejo de ter vida abundante, e a idolatria fosse substituída pela adoração ao único Deus verdadeiro...
Se todas estas coisas, e outras semelhantes, se tornassem realidades...

Aí sim, viveríamos com simplicidade e teríamos naturalmente uma qualidade de vida melhor.
Não é preciso nem falar. Eu sei. É um sonho. Uma ilusão. Um desejo. É o ideal. Mas sei também, que tudo é diferente quando se pensa e sonha. A pesar de está calejado na vida, eu ainda não deixei de pensar e nem de sonhar. Prefiro fazer minhas as palavras de Victor Hugo: “Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.”

terça-feira, 19 de maio de 2009

DESANDOU TUDO

Quando eu era criança, se dizia que ficar com diarréia é está com a barriga desandada. Segundo o Aurélio, desandar é fazer andar para trás, retroceder, entrar em decadência. Assim vive o Brasil. Com uma diarréia crônica.
Chegamos num estado que até o céu brasileiro “se revoltou”. Convenhamos; tudo tem limite. O resultado é enchente no Nordeste e seca no Sul.
A natureza nos privilegiou; atualmente, conforme anunciado pelo Presidente do Brasil, somos auto-suficiente em petróleo. O país possui a terceira maior reserva natural de petróleo do mundo, porém vende o litro de gasolina mais caro, da América do Sul. Dá pra entender?
Temos a floresta mais rica do mundo, no entanto, está sendo devastada a cada dia, e isso gera destruição dos ecossistemas, exterminação das espécies e desestabilização das estações climáticas. Um absurdo, não é mesmo?
O país está de cabeça para baixo. A coisa desandou tanto, que o cinismo passou a dá Ibope. Este é o retrato do país:
É liderança política que fala muito, mas nunca tem conhecimento dos fatos. Isso é o que eles dizem: “não sabia”, “não sei”, “não é meu; não é meu”.
É violação do direito de governar, de quem foi eleito, para satisfazer capricho de quem não aceita ficar sem o poder de controlar.
É aprovação de emendas espúrias, aprovadas por um bando de gente que não si emenda.
É definição de cotas nas Universidades, para ratificar a realidade de racismo no país.
É prisão de traficantes de periferia, e liberdade dos tratantes de colarinho branco, que vivem na prática da patifaria.
É encarcerado passando final de semana em casa, para em liberdade, matar mais uma vítima da sujeira da “gentil pátria amada”.
Chegamos num nível de insensibilidade tamanha, que os pais jogam os filhos pelas janelas dos prédios, e as emissoras de televisão tiram proveito para ganhar audiência.
É torcida organizada matando rivais, e o grito de “gol” ecoando em todos os Estádios do país do futebol.
Da forma como estamos indo, não há cristão, digo, Brasileiro com “b” maiúsculo, que agüenta.
O Brasil vai de mal a pior. Somos um povo que se identifica com tudo, no entanto não possuímos uma identidade própria, definida. Por isso, a glória do passado é esquecida e a paz no futuro é incerta.
Soa na mente de cada brasileiro a seguinte questão: O que será desta nação, amanhã? Qual grandeza o futuro do Brasil vai espelhar?A pergunta é lançada no ar. É falada e também cantada. Cantada por quem já viveu e também por quem ainda vive, neste país. Renato Russo cantou: “Que país é esse?” e João Alexandre canta: “O que será do futuro do nosso país?”
O ditado popular diz: A esperança é a última que morre. Eu digo: A esperança pode até não morrer, mas muitos brasileiros com esperança à terra desce.
Como filho que não foge à luta, creio que no meio deste caos nacional, se manifestará o Gigante pela própria natureza, e levantará os filhos que estão deitados em berço esplêndido, para se tornarem parte de um povo heróico e de brado retumbante.
Só assim, este país será composto de um exercito de filhos com a mesma visão dos dois espias israelitas, que avançaram para conquistar a terra prometida; ao contrário dos desandados, digo, dos dez que não andaram.
Concordo com o que Kleber Lucas canta: “A vida é melhor, quando se têm, a coragem de contrariar, os caminhos da população”. Se cada um agir assim, não será preciso o Brasil chegar ao fim do túnel para ser iluminado pela Luz do céu profundo e do sol do novo mundo. Por meio Dele, com certeza, a Luz da liberdade brilhará no céu do Brasil.
Apesar de tudo, eu vou continuar acreditando que moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

VAZIO INTERIOR

De alguma forma, escrever é esvaziar o dique interior. É por isso que sempre que escrevo algo, quando concluo, me sinto leve e relaxado. Estranho! Desejei relaxar então resolvi escrever, e tomei um susto quando descobri que o meu interior estava vazio. Sei que não deveria me assustar, isso acontece com todo mundo, mas me assustei. Não saía nada, não havia inspiração. Meu dique estava seco. Insisti em escrever, porém minha escrita continuava vazia, porque o vazio interior insistia em permanecer. Ele queria ser valorizado. Queria fazer parte da escrita. Queria revelar sua importância, seu valor, seu propósito de ser sentido e de fazer parte de mim. A realidade de estar vazio me fez parar. Pensei, repensei, refleti, e então entendi. Hoje é a vez Dele, porque foi Ele quem me esvaziou, para que eu fosse cheio Dele mesmo. A partir daí o incômodo vazio interior se transformou em um belo vazio inspirador.
Aquele que se esvaziou primeiro foi também quem me encheu, e me fez vê as coisas boas da minha vacuidade interior. Lembrei do meu primeiro encontro com Ele. Estava cheio de dúvidas e incertezas, e Ele me esvaziou primeiro para depois me encher de esperança. Vi e senti como é saudável um coração desabitado de rancor, de ódio, de inveja, de soberba e de cobiça. Meus medos e inseguranças criaram asas e se foram. Meu coração foi esvaziado e um espaço foi aberto para ser inundado pela Fonte de verdadeira inspiração.
Ele me fez compreender porque minh’alma estava oca, porque minha escrita não tinha vida. Com Ele aprendi que: O esvaziamento interior antecede a verdadeira transformação humana, porque dá lugar Àquele que enche tudo em todos e é o único que pode preencher plenamente aquele espaço da alma, que só cabe Ele mesmo.
Vivi a antítese na íntegra: é preciso está vazio para poder ser cheio. É quando estamos vazios que a nossa alma clama, e clama porque está abatida. Como o salmista, praticamos solilóquio, questionamos nossa própria alma: “Por que estás abatida, ó minh’alma? Por que te perturbas em mim?...”
O meu vazio interior falou tão alto, que minha alma conseguiu ouvir a voz Daquele que me inspirou a continuar escrevendo. Com Ele meu dique interior se encheu e minha escrita passou a ter vida.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

ENTEDIADO PELA VIDA

A vida na terra é a soma do complexo com o imprevisível. Não há como fugir disso. Vivemos de mãos dadas com a incerteza, porque não temos poder para definir o começo nem o fim de nada que seja permanente; além do mais a história tem o seu início e desfecho moldados pelas mãos do exímio e perfeito criador, Deus! Se formos verdadeiros e bem humanos, esse condicionamento pode tornar a vida insossa, tediosa, sem brilho e sem expectativa. É bem verdade que fomos criados para ter domínio sobre a criação, mas é daí que reside o nosso verdadeiro problema, ou seja, queremos que este domínio se amplie sobre a criatura e o criador.
Olhando nesta perspectiva, tudo fica sem sentido, nos vemos como se fossemos robôs teleguiados por um controle mecânico, e aí complica, porque a vida passa de prazer para desespero, já que o botão de controle pode ser acionado qualquer hora, qualquer minuto, qualquer segundo, qualquer... , DESLIGOU TUDO, só resta a estrutura.
Por conta disso, usamos a liberdade de praticar o domínio que nos foi outorgado, para limitar a liberdade do outro e competir com o domínio imarcescível de Deus. Agindo assim, achamos que não viveremos enfadados pela vida. E o mais esdrúxulo em tudo isso, é que nós mesmos somos causadores da nossa própria desgraçada, ou seja, uma vida sem graça e sem sentido.
Esquecemos que o poder de dominar vem daquele que tem todo domínio, porque primeiro é e existe antes de todas as coisas; que antes de termos capacidade de dominar, não éramos, não existíamos. Conclusão. Tornamo-nos tolos. Deixamos de usufruir a vida na sua plenitude, porque esquecemos que existimos não apenas para dominar, mas para viver e viver para Aquele que decidiu fazer a gente existir.
Existir vem antes de dominar, logo: “O sentido da vida não está em dominar, e sim em existir”.
Recebemos do Autor da vida a vida. A partir daí somos responsáveis pela qualidade de vida que queremos ter. Cabe a cada um escolher: viver para dominar, ou ter domínio para viver. Esta escolha definirá se seremos ou não, entediados pela vida.

segunda-feira, 23 de março de 2009

INUSITADA INTIMIDADE

São 5:00h, é madrugada de domingo. O bem-te-vi já anuncia a chegada de um novo dia. Da janela do prédio onde moro, já vislumbro os raios de um sol que segue o seu percurso, de forma imponente.
Sabe aquele dia em que o silêncio interior é infinitamente maior que o exterior..., estou neste momento vivenciando este êxtase espetacular. Sinto leveza. Interiorizo-me. Pressinto a aproximação do intocável. Deleito-me com a sensação da presença do Sublime. Aos poucos a solidão vai se esvaindo, e aí tudo faz sentido. Já não me sinto só, me encontro comigo mesmo, e à medida que mergulho no que me é desconhecido, passo a conhecer quem eu sou. Então..., descubro que somente Nele posso contemplar a minha verdadeira imagem, Ele mesmo.
Neste momento, entendo o que é ser habitado por Aquele que é maior do que eu, maior que o mundo. Sinto-me completo, inteiro. Uma mistura acontece, e ao mesmo tempo sou criança, sou jovem, sou homem. Loucura? Talvez. Mas é o que sinto e o que vivo. Neste momento nada mais importa. Porque nesta loucura me sinto eu, além de intenso prazer. Devaneio. Sugo, mamo, o prazer e o gosto de está nu, descoberto das folhagens da vergonha. É somente assim que consigo me aproximar e me entregar nos braços do Pai.
Nos braços acolhedores do Pai, sou enlaçado, envolvido, acalentado, protegido e mimado. Fico quieto, relaxo, pego no sono e sonho. Mas..., no melhor do sono, Ele me acordou.
O sol caminhou, o dia chegou. A vida me espera lá fora, e é lá que a minha verdadeira imagem deve ser refletida. Então eu volto. E quando volto, encontro Ele, porque de lá Ele nunca saiu.
São 8:00h, é manhã de domingo.O bem-te-vi silenciou e o sol seguiu o seu percurso, de forma imponente.

terça-feira, 3 de março de 2009

UM VALOR DESVALORIZADO

“... mais vale o vizinho perto do que o irmão longe” (Pv.27:10).
No geral, tudo que as pessoas realizam é com propósito de ter lucro, ganho e reserva. E isso não diz respeito apenas à parte financeira, mas também a todas as outras áreas da vida.
Esse anseio desesperado pelo lucro tem levado muitas pessoas a perderem as coisas valiosas que estão ao seu dispor gratuitamente.
O desejo desenfreado pela lucratividade tem tornado a humanidade insensível aos verdadeiros valores da vida, que na maioria das vezes estão tão próximos de nós, no entanto, não percebemos.
Esquecemos que o ganho é relativo e temporal. O que tem valor para um, pode não ter o mesmo valor para o outro; o que hoje para mim é lucrativo, amanhã pode não ser.
Esta é uma das coisas que denota a grande incoerência entre o grau de desenvolvimento e a qualidade de vida desta geração.
Uma das áreas que mais sofre os efeitos deste desequilíbrio é a dos relacionamentos. A perseguição pelo lucro destrói o senso de valor ao próximo, de quem está perto. Esta geração valoriza muito mais quem está do outro lado, do que quem está ao lado. Centralizamos nossa atenção e admiração em quem não nos vê, e esquecemos ou ignoramos quem está ao nosso lado, convivendo conosco.
É mais cômodo se relacionar com quem está do outro lado do mundo, do país, da cidade e até mesmo do outro lado da linha, porque não exige convivência que revela as diferenças, os defeitos, as manias e vícios, que temos que suportar; não exige abrir mão, ou perder qualquer coisa, para manutenção de um relacionamento interpessoal. Quem está do outro lado é alguém que podemos nos desligar automaticamente, basta apertar o botão. Em contrapartida, é relacionamento que não produz sinergia e nem possibilidade de socorro bem presente nas tribulações.
Quem está do nosso lado é nosso verdadeiro vizinho, e pode ser o cônjuge, o filho, um amigo, quem mora na casa ao lado ou até mesmo um irmão. Infelizmente os meios de comunicação criados pelos homens, com o fim de facilitar os relacionamentos, são usados de forma indevida. Existem pais que entram mais no site, email e blog de quem está do outro lado, do que no quarto do filho que está ao lado, precisando do carinho desse vizinho especial.
Conviver (viver com) é tão importante para a humanidade, que o próprio Deus, que coexiste na Trindade, após criar o homem disse: “Não é bom que o homem esteja só”.
Muitas vezes somos omissos diante das necessidades das pessoas carentes, que estão ao nosso lado. Esquecemos que, segundo as escrituras, olhar, cuidar, amar e se interessar por quem está próximo é demonstração de que amamos a Deus. A linguagem básica do evangelho é: Comunhão, aproximação, estar junto, com Deus e com o próximo. Por isso Jesus disse: “Estarei convosco todos os dias, não te deixarei, até a consumação dos séculos”.
Normalmente, valorizamos muito mais as coisas que estão longe do nosso alcance e da nossa visão, e acabamos desvalorizando valores preciosos que estão permanentemente ao nosso lado. Ansiamos por conhecer a beleza de um lugar distante e deixamos de usufruir as maravilhas do lugar onde Deus nos colocou. Achamos que do outro lado sempre é melhor do que o lugar, a casa, os amigos, a igreja, os vizinhos e até mesmo a família, que temos. Agindo assim, deixamos de viver intensamente tudo aquilo que nos foi dado, gratuitamente, pela Providência.
Amemos, valorizemos, cuidemos e vivamos de forma intensa, tudo o que Deus colocou ao nosso lado, porque agindo assim, acumularemos lucros eternos, e o prazer e amor pelas coisas e pessoas distantes terão mais significado e sentido. “... Pois aquele que não ama (valoriza) o seu irmão, a quem vê (está perto), como pode amar a Deus, a quem não vê (distante a olho nu)?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

AMIGOS IRMÃOS

Vivemos em uma geração onde os valores nobres foram esquecidos. Hoje, se estabelece vínculos de interesses e trocas, não de amizades resultante de aprofundamento de almas. Solidão, isolamento, individualismo, frieza, são marcas de uma geração que desconhece o maravilhoso desejo de Deus para humanidade: É bom que os homens estejam juntos e em união.
Ter amigo é raridade e para muitos chega a ser ilusão. É quando se acha um verdadeiro amigo que se percebe a profundidade e beleza da música de Milton Nascimento: “Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves; dentro do coração...”
Infelizmente nossas igrejas estão cheias de irmãos e escassas de amigos, como se ter e ser amigo não fizesse parte do projeto de Deus para seus filhos. O problema é que ser irmão é questão de posição espiritual, enquanto ser amigo é questão de envolvimento, intimidade e decisão.
Para Jesus, a intensidade maior de amor é medida pela capacidade de alguém que dar a própria vida pelos seus amigos, e isso Ele fez. Ensinou que uma amizade verdadeira só pode ser construída por meio da transparência, do saber e conhecer do outro além do que todos já sabem.
Talvez o problema dos relacionamentos resida em não querermos ultrapassar a barreira do trivial, do comum. Nos conformamos com famílias compostas de casais, pais e filhos sem serem amigos; líderes e liderados sem vínculos de amizades; e até grupos e nações sem espírito de convivência amigável.
Fazer amigos exige dilatarmos a mente e o entendimento, em busca de um aprofundamento real das conseqüências do sacrifício de Cristo, pois segundo as escrituras, Ele destruiu a parede de separação, a barreira de inimizade que estava no meio dos homens.
Melhor do que ter amigo é ter amigos irmãos. É se envolver com gente diferente da gente, mas que si identifica com a gente. É ser envolvido por gente apegado à gente, que nos ama em todos os momentos e que na angústia se torna irmão.
Ter uma família de muitos irmãos é projeto quantitativo, enquanto, ter uma família de muitos amigos irmãos, todos parecidos com Jesus, é projeto qualitativo de Deus.
A noiva de Cristo, a igreja, está vivendo uma crise de ausência de amigos, porque muitos dos que foram feitos irmãos, querem o lugar do Noivo, que é Jesus, em vez de serem amigos do Noivo e amigos dos irmãos.
Vamos construir uma comunidade de discípulos, que por meio de Cristo, se tornem amigos irmãos.
Obs. Caso queira fazer algum comentário sobre o texto, vai uma questão para reflexão: Amigos irmãos ou irmãos amigos?

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

TENHO MEDO...
...de voltar a ser normal e deixar de ser natural;
...de achar que sou tradicional ou até mesmo pentecostal e abdicar de ser espiritual;
...de me tornar individual e esquecer o meu pessoal;
...de priorizar a liderança profissional e esquecer o ministério pastoral;
...de me tornar um ativista congregacional e deixar morrer a minha vida devocional;
...de ser um leitor intelectual e não discernir o diferencial do emocional;
...de ser seduzido pelo trivial e deixar de ser amante do ideal;
...de ser um pai formal e deixar de viver o amor paternal;
...de viver um relacionamento unilateral, anulando assim, a comunhão fraternal;
...de cultuar um ser impessoal, pensando ser o Deus universal.
Mas... , meu medo é sufocado e lançado fora pelo perfeito amor; então... , perco o medo de deixar de ser o que sou.
Tenho coragem...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A CRISE IGNORADA

A CRISE IGNORADA
“Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra” (Jr.5:30).
O mundo todo está sendo abalado por causa da crise econômica; já se houve pelos meios de comunicação que esta é a pior crise financeira que já aconteceu.
A crise econômica que atingiu as bolsas de valores de todos os países é comentário mundial, no entanto, esta não é verdadeiramente a pior crise.
Existe uma crise real em que a humanidade esta inserida e já faz muito tempo. Esta crise não é noticias de jornais, não tem sido motivo de alardes ou de pronunciamentos de presidentes, mas ela é real porque a palavra de Deus afirma que o mundo jaz no maligno (I Jo.5:19).
A pior crise é aquela que não se percebe, que não é motivo de preocupação e nem de desespero, no entanto é a crise que envolve o mundo todo e que gera todas as outras crises (é a mãe das crises).
A pergunta que mais foi feita na rede mundial de computadores, de acordo com o relatório elaborado pelo Google em 2007 foi: Quem é Deus?
Na internet, artigos sobre a crise econômica aparecem em sétimo lugar, porque as pessoas buscam uma resposta em Deus para suas crises pessoais.
A pior crise surgiu desde o começo da criação e é caracterizada como: Rebelião, quebra de relacionamento do homem com Deus, produzindo o domínio maligno no mundo.
Essa crise produz cegueira e ignorância em relação a Deus; ao seu propósito para nós; e ao evangelho (II Co.4:3,4).
A crise da rebelião leva as pessoas a pensarem que podem viver sem depender de Deus e com isso elas se colocam debaixo do domínio de satanás e passam a ver como ele vê (Gn.3:7).
A bíblia fala de crises que pessoas e nações passaram como conseqüência da crise maior: Sodoma e Gomorra, a história do rei Saul, a matança de crianças na época do nascimento de Jesus.
As crises são conseqüências das ações e decisões das pessoas; a solução das crises vem de Deus.
Aqui na terra sempre existirá crises, e assim sendo, a questão é como vencê-las.
Como nos comportamos em tempo de crise? Buscamos resposta e solução em Deus ou em nos mesmos? (Jr.33:3).
A crise é um momento que leva: À destruição total ou a grandes oportunidades de transformação e de mudança de vida.
Vencer um momento de crise exige:
Ø Reconhecimento de que a solução começa com a nossa transformação, quando admitimos que em nós reside o pecado (O filho pródigo; Davi quando adulterou)
Ø Discernimento de que há uma ação maligna por detrás de toda crise, que o inimigo milita contra nós e contra Deus (Ef.6:12).
Ø Discernimento do real estado da humanidade (Ro.1:18 – 32)
A crise ignorada faz o anormal prevalecer sobre o normal; a desordem prevalecer sobre a ordem; o descontrole anular o controle; a precipitação prevalecer sobre a coerência.
A crise ignorada faz com que o controle da situação fuja das nossas mãos e aí o nosso estado de espírito é sufocado pelo desespero e somos levados a pensar que estamos em um beco sem saída.
Ø Reconhecimento de que a solução está em Deus, porque antes da fundação do mundo, Ele tomou as providências necessárias para vencermos a maior crise da humanidade: Por meio de seu filho Jesus Cristo somos reconciliados com Deus e feitos filhos a fim de sermos para o louvor de sua glória (Ef.1:4 – 14).
Ø Admitir o nosso estado de separação de Deus, arrepender e entregar nossa vida e situação em que estamos vivendo nas mãos de Jesus, deixando que Ele tenha controle total sobre nós (Ex: A transformação de Davi, de Zaqueu e da mulher Samaritana).

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

APRENDI
Aprendi com o tempo, com o tempo aprendi.
Aprendi com a vida, na vida aprendi.
Aprendi com as dificuldades, nas dificuldades aprendi.
Aprendi antes do dia, no dia a dia aprendi.
Aprendi ouvindo história, fazendo história aprendi.
Aprendi lendo, relendo aprendi.
Aprendi com as contradições, com os contraditórios aprendi.
Aprendi com a minha dor, com a dor do outro aprendi.
Aprendi com jeito, de qualquer jeito aprendi.
Aprendi com a idade, com a maior idade aprendi.
Aprendi com os outros, pelos outros aprendi.
Aprendi com o tradicional, com o pentecostal aprendi.
Aprendi com o natural, com o sobrenatural aprendi.
Aprendi com o santo, com o profano aprendi.
Aprendi com fidelidade, com a infidelidade aprendi.
Aprendi com agitação, na contemplação aprendi.
Aprendi com limite, sem limite aprendi.
Aprendi errando, acertando aprendi.
Aprendi com a Vida, com o Autor da vida aprendi.
Aprendi que precisava aprender, me tornei um aprendiz.
Aprendi

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

UMA BOA CONVERSA




Uma boa conversa acontece quando as pessoas não marcam encontro, mas se encontram.


Uma boa conversa acontece quando não se determina assunto, mas as palavras saem naturalmente.


Uma boa conversa acontece quando se está à vontade, livre de formalidades, imposições, legalismo, censura, comparações e conceitos pré-estabelecidos.


Uma boa conversa acontece quando os títulos e posições sociais são esquecidos, e as pessoas se relacionam pelo que são e não pelo que possuem.


Uma boa conversa acontece quando a vontade de sorrir e brincar juntos está acima do ensinar, do transmitir conhecimento e informações.


Uma boa conversa acontece quando a presença do outro é mais importante do que ele tem para dizer.


Uma boa conversa acontece quando se está livre para ser o que realmente si é na presença do outro.


Uma boa conversa acontece quando podemos relaxar nos braços da simplicidade, da transparência, da sinceridade, da liberdade de expressão e principalmente da liberdade de expor o que vem da essência da nossa alma.


Uma boa conversa acontece quando não se tem respostas formatadas para as dúvidas e perguntas.


Uma boa conversa acontece quando se tem o prazer de apenas está junto, mesmo que não se tenha nada para compartilhar.