domingo, 19 de junho de 2011

Saberes e mais saberes

Nada mais do que isto! Quero viver com a alma livre do jugo do saber. Com toda esta baderna religiosa resultado de falácias e mais falácias, decidir manter-me como um observador que vê sem se importar em saber ou absorver. Cansei de testemunhar tanta incoerência entre o viver e o falar, por isto resolvi seguir a minha própria consciência. Só que minha consciência exigiu de mim a morte do excesso do saber, adormecido no meu subconsciente. Para isto tive que praticar eutanásia, ou seja, proporcionar a morte deste vão saber que carreguei por muito tempo dentro de mim. Foi preciso exalar o ar entorpecente da doutrina institucional para que eu ficasse imunizado da vã maneira de saber.
Sobre o saber, nunca me sentir tão bem como me sinto hoje. Sinto-me como um aprendiz conduzido pela força do vento socrático, ou seja, pela consciência de saber que só sei que nada sei. Demorou, mais descobri que é quando nada se sabe que realmente se depende do único que sabe de todas as coisas, Deus! Talvez o problema de Adão tenha sido este, de querer saber o que não era para saber, e aí uma vez sabendo, acabou sabendo demais. O ruim disto é que sobrou pra todo mundo..., porque todo mundo só quer saber!
Penso que um dos maiores legados deixado pelo apóstolo Paulo à Igreja foi avisá-la sobre o prejuízo que o excesso do saber produz. Saber com moderação é não saber mais do que convém saber. Infelizmente a igreja de hoje, melhor dizendo, aqueles que se revelam como detentores do conhecimento de Deus, ignoram isto, e preferem continuar inchados pelo sopro da ciência. Foram contaminados pela presunção de pensar que sabem tudo de Deus. Puro engano! A falta do saber pode nos destruir, mas o muito saber pode nos fazer delirar. E é isto que está acontecendo hoje no meio da Igreja. O pregador avisou: “... o que aumenta o saber aumenta a tristeza, por isto aquele que possui conhecimento refreie suas palavras, porque quem cerra os lábios é tido por sábio e entendido”.
Decido terminantemente fazer calar e sossegar a minha alma, com o propósito único de manter meu espírito sereno. Diante dos saberes e mais saberes, meu desejo é simplesmente entoar o hino de adoração a Deus: “O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Ro.11:33-36).