segunda-feira, 26 de março de 2012

Deus conosco

Não é segredo pra ninguém que uma pessoa não pode ocupar dois lugares ao mesmo tempo. No mundo da matéria e da razão é impossível alguém estar num só instante, dentro e fora de um mesmo ambiente. Devido a isto, transcender os limites da matéria e do espaço se tornou um dos maiores anseios da humanidade. É bom lembrar que esta impossibilidade se estende também ao mundo invisível, porque até mesmo os seres espirituais não conseguem ocupar dois espaços ao mesmo tempo.
Há somente um que tem esta prerrogativa, Deus! Isto porque, é algo inerente ao seu próprio ser. Ele é Deus que ocupa tudo ao mesmo tempo; é ilimitado dentro do tempo e fora de tempo. É o Deus que não é contido por nada, embora se faça presente tanto fora como dentro de tudo que existe. É diante deste enigma divino que reside o grande desejo da criatura em ser igual ao seu criador. Para o homem, ser igual ao criador não significava apenas se tornar conhecedor do bem e do mal, mas também destruir os limites da presença física, eternizando assim a onipresença humana. Pobre homem! Por causa de sua mente desvairada perdeu o que possuía de mais precioso: A sensibilidade da onipresença divina, tanto fora como dentro de si mesmo. Como diz o apóstolo Paulo: “Os homens vivem tateando à procura de Deus, mesmo Ele não estando longe de cada um” (At.17:27).
Até mesmo aqueles que o professam como Deus todo poderoso, não usufruem de sua presença real e permanente. O tratam apenas como uma força, ou uma luz, ou somente como uma fonte de recebimento de milagres e sucesso terreno. Não vivem a melhor parte, a comunhão com aquele que é Deus conosco, cuja presença é imprescindível para subsistência de todas as coisas (Cl.1:17). O grande rei Davi usufruiu muito bem da onipresença divina, por isto o inquiriu: “Para onde poderia eu escapar do teu Espírito? Para onde poderia fugir da tua presença? Se subir aos céus, tu aí estás; se eu fizer a minha cama na sepultura, também lá estás” (Sl.139:7,8).
Infelizmente o que presenciamos nos nossos dias, são os templos cheios de pessoas em busca do Deus que foi colocado do lado de fora. Ainda hoje, Jesus continua batendo na porta com desejo de entrar. Sua voz continua soando: “Deixa-me entrar! Deixa-me entrar! Mas quero entrar primeiro em tua vida”. No entanto, outras vozes abafam seu clamor e as pessoas não conseguem ouvi-lo. Os filhos de Deus esqueceram que usufruir da intimidade do Pai, é fruto da vivencia pessoal da presença dele dentro de cada um. A insensibilidade à sua presença é tão grande que mesmo Ele estando dentro de nós, nós o procuramos do lado de fora. Santo Agostinho depois de falar com Deus escreveu: “Eis que estavas dentro de mim, e eu do lado de fora te procurava! Comigo estavas, mas eu não estava contigo...”.
Amados! Voltemos a vivenciar a essência da vida cristã, que é antes de qualquer coisa, a vida do Deus conosco em nossa vida. Vivamos cada dia debaixo da infinita graça de Cristo, que nos concedeu livre acesso ao Pai, ao se tornar o único mediador entre Deus e os homens. A Ele toda Glória!