domingo, 31 de maio de 2009

LIVRE PARA SONHAR

Hoje foi um dia diferente. Aconteceu comigo o que Mário Quintana escreveu: “Sonhar é acordar-se para dentro.” Acordei sonhando.
Convido você para também sonhar; mesmo que seja lendo.

Já pensou se...

Tudo fosse diferente. Não só cantássemos: “Tudo é diferente, é tão diferente...”, mas tudo fosse realmente diferente...
Os veículos não tivessem donos, e sim, ficassem à disposição de quem realmente necessitasse...
Cada família fosse proprietária de apenas uma casa, de forma que tivesse casas para todos...
Os lucros fossem equacionados de forma justa, de tal maneira que todos fossem beneficiados...
A educação fosse possível a todos, e os professores fossem bem remunerados...
Os hospitais fossem bem equipados, e os enfermos fossem bem assistidos...
O chão não tivesse dono, e fosse ocupado conforme a necessidade real de cada família...
Algumas profissões e invenções fossem desnecessárias, tais como: Vigia; policial, guarda de trânsito, guarda florestal, milagreiro, curandeiro, etc.
Não existisse politicagem, e os governantes desenvolvessem a prática da verdadeira política...
As descriminações perdessem forças, e a prática do amor Supremo prevalecesse sobre a humanidade...
Os empregados não fossem escravos do trabalho, mas o ato de trabalhar fosse uma expressão de prazer e realização...
Entre os homens, o prazer de dar fosse maior do que o de receber, e o de servir maior do que ser servido...
Os templos não fossem vistos como os únicos lugares de adoração, e as pessoas fizessem de suas casas o principal local para cultuar a Deus...
O desejo de ter vida longa fosse companheiro do desejo de ter vida abundante, e a idolatria fosse substituída pela adoração ao único Deus verdadeiro...
Se todas estas coisas, e outras semelhantes, se tornassem realidades...

Aí sim, viveríamos com simplicidade e teríamos naturalmente uma qualidade de vida melhor.
Não é preciso nem falar. Eu sei. É um sonho. Uma ilusão. Um desejo. É o ideal. Mas sei também, que tudo é diferente quando se pensa e sonha. A pesar de está calejado na vida, eu ainda não deixei de pensar e nem de sonhar. Prefiro fazer minhas as palavras de Victor Hugo: “Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã.”

terça-feira, 19 de maio de 2009

DESANDOU TUDO

Quando eu era criança, se dizia que ficar com diarréia é está com a barriga desandada. Segundo o Aurélio, desandar é fazer andar para trás, retroceder, entrar em decadência. Assim vive o Brasil. Com uma diarréia crônica.
Chegamos num estado que até o céu brasileiro “se revoltou”. Convenhamos; tudo tem limite. O resultado é enchente no Nordeste e seca no Sul.
A natureza nos privilegiou; atualmente, conforme anunciado pelo Presidente do Brasil, somos auto-suficiente em petróleo. O país possui a terceira maior reserva natural de petróleo do mundo, porém vende o litro de gasolina mais caro, da América do Sul. Dá pra entender?
Temos a floresta mais rica do mundo, no entanto, está sendo devastada a cada dia, e isso gera destruição dos ecossistemas, exterminação das espécies e desestabilização das estações climáticas. Um absurdo, não é mesmo?
O país está de cabeça para baixo. A coisa desandou tanto, que o cinismo passou a dá Ibope. Este é o retrato do país:
É liderança política que fala muito, mas nunca tem conhecimento dos fatos. Isso é o que eles dizem: “não sabia”, “não sei”, “não é meu; não é meu”.
É violação do direito de governar, de quem foi eleito, para satisfazer capricho de quem não aceita ficar sem o poder de controlar.
É aprovação de emendas espúrias, aprovadas por um bando de gente que não si emenda.
É definição de cotas nas Universidades, para ratificar a realidade de racismo no país.
É prisão de traficantes de periferia, e liberdade dos tratantes de colarinho branco, que vivem na prática da patifaria.
É encarcerado passando final de semana em casa, para em liberdade, matar mais uma vítima da sujeira da “gentil pátria amada”.
Chegamos num nível de insensibilidade tamanha, que os pais jogam os filhos pelas janelas dos prédios, e as emissoras de televisão tiram proveito para ganhar audiência.
É torcida organizada matando rivais, e o grito de “gol” ecoando em todos os Estádios do país do futebol.
Da forma como estamos indo, não há cristão, digo, Brasileiro com “b” maiúsculo, que agüenta.
O Brasil vai de mal a pior. Somos um povo que se identifica com tudo, no entanto não possuímos uma identidade própria, definida. Por isso, a glória do passado é esquecida e a paz no futuro é incerta.
Soa na mente de cada brasileiro a seguinte questão: O que será desta nação, amanhã? Qual grandeza o futuro do Brasil vai espelhar?A pergunta é lançada no ar. É falada e também cantada. Cantada por quem já viveu e também por quem ainda vive, neste país. Renato Russo cantou: “Que país é esse?” e João Alexandre canta: “O que será do futuro do nosso país?”
O ditado popular diz: A esperança é a última que morre. Eu digo: A esperança pode até não morrer, mas muitos brasileiros com esperança à terra desce.
Como filho que não foge à luta, creio que no meio deste caos nacional, se manifestará o Gigante pela própria natureza, e levantará os filhos que estão deitados em berço esplêndido, para se tornarem parte de um povo heróico e de brado retumbante.
Só assim, este país será composto de um exercito de filhos com a mesma visão dos dois espias israelitas, que avançaram para conquistar a terra prometida; ao contrário dos desandados, digo, dos dez que não andaram.
Concordo com o que Kleber Lucas canta: “A vida é melhor, quando se têm, a coragem de contrariar, os caminhos da população”. Se cada um agir assim, não será preciso o Brasil chegar ao fim do túnel para ser iluminado pela Luz do céu profundo e do sol do novo mundo. Por meio Dele, com certeza, a Luz da liberdade brilhará no céu do Brasil.
Apesar de tudo, eu vou continuar acreditando que moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

VAZIO INTERIOR

De alguma forma, escrever é esvaziar o dique interior. É por isso que sempre que escrevo algo, quando concluo, me sinto leve e relaxado. Estranho! Desejei relaxar então resolvi escrever, e tomei um susto quando descobri que o meu interior estava vazio. Sei que não deveria me assustar, isso acontece com todo mundo, mas me assustei. Não saía nada, não havia inspiração. Meu dique estava seco. Insisti em escrever, porém minha escrita continuava vazia, porque o vazio interior insistia em permanecer. Ele queria ser valorizado. Queria fazer parte da escrita. Queria revelar sua importância, seu valor, seu propósito de ser sentido e de fazer parte de mim. A realidade de estar vazio me fez parar. Pensei, repensei, refleti, e então entendi. Hoje é a vez Dele, porque foi Ele quem me esvaziou, para que eu fosse cheio Dele mesmo. A partir daí o incômodo vazio interior se transformou em um belo vazio inspirador.
Aquele que se esvaziou primeiro foi também quem me encheu, e me fez vê as coisas boas da minha vacuidade interior. Lembrei do meu primeiro encontro com Ele. Estava cheio de dúvidas e incertezas, e Ele me esvaziou primeiro para depois me encher de esperança. Vi e senti como é saudável um coração desabitado de rancor, de ódio, de inveja, de soberba e de cobiça. Meus medos e inseguranças criaram asas e se foram. Meu coração foi esvaziado e um espaço foi aberto para ser inundado pela Fonte de verdadeira inspiração.
Ele me fez compreender porque minh’alma estava oca, porque minha escrita não tinha vida. Com Ele aprendi que: O esvaziamento interior antecede a verdadeira transformação humana, porque dá lugar Àquele que enche tudo em todos e é o único que pode preencher plenamente aquele espaço da alma, que só cabe Ele mesmo.
Vivi a antítese na íntegra: é preciso está vazio para poder ser cheio. É quando estamos vazios que a nossa alma clama, e clama porque está abatida. Como o salmista, praticamos solilóquio, questionamos nossa própria alma: “Por que estás abatida, ó minh’alma? Por que te perturbas em mim?...”
O meu vazio interior falou tão alto, que minha alma conseguiu ouvir a voz Daquele que me inspirou a continuar escrevendo. Com Ele meu dique interior se encheu e minha escrita passou a ter vida.