quinta-feira, 16 de abril de 2009

ENTEDIADO PELA VIDA

A vida na terra é a soma do complexo com o imprevisível. Não há como fugir disso. Vivemos de mãos dadas com a incerteza, porque não temos poder para definir o começo nem o fim de nada que seja permanente; além do mais a história tem o seu início e desfecho moldados pelas mãos do exímio e perfeito criador, Deus! Se formos verdadeiros e bem humanos, esse condicionamento pode tornar a vida insossa, tediosa, sem brilho e sem expectativa. É bem verdade que fomos criados para ter domínio sobre a criação, mas é daí que reside o nosso verdadeiro problema, ou seja, queremos que este domínio se amplie sobre a criatura e o criador.
Olhando nesta perspectiva, tudo fica sem sentido, nos vemos como se fossemos robôs teleguiados por um controle mecânico, e aí complica, porque a vida passa de prazer para desespero, já que o botão de controle pode ser acionado qualquer hora, qualquer minuto, qualquer segundo, qualquer... , DESLIGOU TUDO, só resta a estrutura.
Por conta disso, usamos a liberdade de praticar o domínio que nos foi outorgado, para limitar a liberdade do outro e competir com o domínio imarcescível de Deus. Agindo assim, achamos que não viveremos enfadados pela vida. E o mais esdrúxulo em tudo isso, é que nós mesmos somos causadores da nossa própria desgraçada, ou seja, uma vida sem graça e sem sentido.
Esquecemos que o poder de dominar vem daquele que tem todo domínio, porque primeiro é e existe antes de todas as coisas; que antes de termos capacidade de dominar, não éramos, não existíamos. Conclusão. Tornamo-nos tolos. Deixamos de usufruir a vida na sua plenitude, porque esquecemos que existimos não apenas para dominar, mas para viver e viver para Aquele que decidiu fazer a gente existir.
Existir vem antes de dominar, logo: “O sentido da vida não está em dominar, e sim em existir”.
Recebemos do Autor da vida a vida. A partir daí somos responsáveis pela qualidade de vida que queremos ter. Cabe a cada um escolher: viver para dominar, ou ter domínio para viver. Esta escolha definirá se seremos ou não, entediados pela vida.