Em
torno das 4 horas da tarde o sol já começava a declinar.
Vez
por outra ouvia o ronco do motor de um carro passando.
Um
galo cantou..., o canto veio carregado da lembrança do quintal lá de casa.
Fiquei
pensativo, olhando pela janela a paisagem externa.
Uma
grande caixa d’água se destacava no horizonte.
Sentado
na cadeira da mesa da cozinha, voltei os olhos para dentro.
Via a chaleira e a panela de pressão sobre o
fogão.
A pia estava limpa, e a toalha de enxugar mão
pendurada num suporte de alumínio.
Um
vento leve roçava minhas costas, e eu deleitava-me no silêncio da minha alma.
Não
era tristeza, não era saudade; nem silêncio, nem solidão.
Era
apenas o sossego da vida e a minha vida no sossego.
Meu
pensar se misturava com a quietude que me cercava.
Então
fechei os olhos e me deixei levar pelo regaço da paz que silenciou meus
pensamentos.
Momento
inusitado e inesquecível! Prazer puro e serenidade divina!
Quando
o tempo passou, aí eu pude entender. Não era só eu, e eu só. Era Ele comigo, e
eu com Ele.
Pois
é, eu estava tão somente sozinho com o Eu sou. Eu Nele, Ele em mim.