segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Só eu! Eu só!

Era aquele momento de sol morno.
Em torno das 4 horas da tarde o sol já começava a declinar.
Vez por outra ouvia o ronco do motor de um carro passando.
Um galo cantou..., o canto veio carregado da lembrança do quintal lá de casa.
Fiquei pensativo, olhando pela janela a paisagem externa.
Uma grande caixa d’água se destacava no horizonte.
Sentado na cadeira da mesa da cozinha, voltei os olhos para dentro.
Via a chaleira e a panela de pressão sobre o fogão.
A pia estava limpa, e a toalha de enxugar mão pendurada num suporte de alumínio.
Um vento leve roçava minhas costas, e eu deleitava-me no silêncio da minha alma.
Não era tristeza, não era saudade; nem silêncio, nem solidão.
Era apenas o sossego da vida e a minha vida no sossego.
Meu pensar se misturava com a quietude que me cercava.
Então fechei os olhos e me deixei levar pelo regaço da paz que silenciou meus pensamentos.
Momento inusitado e inesquecível! Prazer puro e serenidade divina!
Quando o tempo passou, aí eu pude entender. Não era só eu, e eu só. Era Ele comigo, e eu com Ele.
Pois é, eu estava tão somente sozinho com o Eu sou. Eu Nele, Ele em mim.