quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

FINAL DE ANO.

Final de Ano! É puramente uma questão cronológica, que serve para estabelecer limites e delimitar parâmetros que contribuirão para evolução da História. Tem a ver muito mais com transição do que com conclusão. É algo exclusivamente terreal. Deus criou tudo, e tudo na terra passou a ter princípio e fim; ao intervalo entre um e outro se chamou de Tempo. O começo e o fim estão dentro do tempo e só existem por causa da criação.
O fim é relativo, porque o que agora é fim para um, pode ser o começo para outro. No final do ano se finda o calendário e muda-se a data, mas isso não quer dizer que houve conclusão de tudo, ou final de vida. Isso porque “o tempo não pára”, como dizia Cazuza.
Se formos bem realistas, o final de ano é: “um fim que não é fim”. A consciência desta realidade, talvez tornasse as festas de final de ano bem melhores. De todo último dia de cada mês, o dia 31 de dezembro é o que mais chama atenção. Este dia evidencia coisas significativas, tais como: passado e futuro; terminar e recomeçar; velho e novo; sonhos e projetos; expectativas e esperança.
Entre o dia 31 de Dezembro e o dia 1º de Janeiro há verdades que são pouco evidenciadas, senão vejamos:
- Espera-se um ano inteiro para se viver e festejar um tempo muito curto de transição. Já que é do fim para o início, só temos 24 horas. Conclusão: O valor do tempo não está apenas na quantidade, mas principalmente no grau de importância que damos a ele.
- Na virada de ano, a narrativa da história sofre uma pausa para fazer a transição apenas da data, porque nem tudo muda e a vida continua seu percurso natural. No seu livro “Feliz Ano Velho”, o Marcelo Rubens Paiva através da sua própria vida, consegue expressar muito bem isso. Já que muitas coisas do Ano Velho continuam no Ano Novo, o Ano Velho pode ser feliz também.
- O "velho" sonha com o "novo" e o "novo" revigora o "velho". Na verdade a grande expectativa é o nascer do “novo”. No entanto, uma vez o “novo” chegando, o que já existia fica mais velho ainda, e o que nasceu no primeiro dia, a partir daí já começa a envelhecer, inclusive o Ano novo.
- É o único período em que a maioria das pessoas mata o sono em busca de novos sonhos. Todos ficam acordados sonhando de olhos abertos à espera do “novo”. Sonhar não é uma questão de tempo, mas de expectativas e desejos.
- A idade e a vida se completam. A idade aumenta, e o tempo de viver diminui. Ter vida longa tem a ver com a quantidade de tempo vivido; viver intensamente tem a ver com a qualidade com que usamos o tempo.
É incômodo para todo ser humano aceitar que ficamos limitados pelo tempo. Essa inquietação é decorrente da nossa originalidade: Fomos criados para sermos eternos. “Deus pôs a eternidade nos corações dos homens” (Ecl.3:11). Dentro da eternidade deveríamos transcender o tempo, no entanto, o nosso mau uso do tempo, fez esse mesmo tempo nos aprisionar.
O tempo nos tragou, ou seja, nos tirou da eternidade. Então passamos a lutar contra a limitação do próprio tempo. Além do mais o tempo é traiçoeiro, porque em determinados momentos pensamos que ele findou, mas na verdade ele continua presente; é o caso do Final de Ano.
Como tudo que Deus criou deve alcançar o sentido e o propósito de ser, Ele mesmo nos capacitou a usar o tempo da melhor maneira possível. Aqueles que sabem remir bem o tempo sabem também, dentre outras coisas, usufruírem o melhor que um Final de ano proporciona.
Um Final de ano tem diversas roupagens, porque primeiramente é gerado na cabeça de cada um. É cada pessoa que cria a forma como quer passar seu final de ano. Mas para quem quer ganhar tempo, o importante mesmo é vivenciarmos com toda intensidade este dia, fazendo dele uma grande festa. Mesmo consciente da não intermitência do tempo, opto por fazer do Final do Ano um motivo de festejar a vida com a Vida e com quem tem vida.
Um feliz Final de Ano e um abençoado Ano Novo!