terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Apenas fomos humanos

A primeira vez que assisti, gostei! Mas quando assisti em casa, pela segunda vez, foi que uma expressão me chamou atenção. “A menina que roubava livros” é um filme que retrata a vida de uma garota vivendo em uma cidade alemã dominada pelo Nazismo, durante a 2ª Guerra Mundial.

Não é um filme enigmático, talvez por isso algumas preciosidades passem despercebidas.  Todavia, encontrei nele uma frase que me fez pensar melhor sobre “ser humano”. A menina Liesel, dialogando com seu pai adotivo Rush sobre o que estava acontecendo, diante da perseguição e da atitude deles de ajudar os outros, afirma: Apenas fomos humanos.
Com esta afirmação, minha mente foi aguçada a pensar sobre o que é ser humano de verdade. Comecei admitindo que Deus não só criou o homem, mas também o fez humano. Ser “humano” vai além de ter um corpo, uma alma e até mesmo um espírito. Sem sobra de dúvidas, nunca seremos humanos sozinhos, porque só se é humano de verdade, na convivência e na importância que se dá ao outro.  Assim, fica mais fácil entender porque neste mundo, tem gente humana e desumana, gente boa e gente cruel.

Mas, na minha mente, a coisa não parou aí. Lembrando-me de tudo que li nos Evangelhos, sobre como Jesus viveu entre os homens, entendi perfeitamente que Ele foi mais humano do que todos os humanos da face da terra. Ele não só se fez gente como a gente, mas viveu e expressou uma vida de verdadeira humanidade. Era no exercício de sua humanidade para com as pessoas, que Jesus expressava sua grandeza espiritual. Seus ensinamentos expressam muito bem isto. Sua reação ao farisaísmo e à rigidez dos doutores da Lei demonstrava claramente que Ele não separava espiritualidade de humanidade. Ao mesmo tempo em que Ele curava a alma, também curava o corpo. Saciava a fome espiritual, mas também supria a fome natural. Rejeitava o pecado, mas andava com os pecadores. Mesmo depois de ressuscitado, Ele andou com os discípulos e comeu com eles.
Por fim, lembrei de que os humanos são tão especiais para Deus, que hão de julgar anjos (I Co.6:3). “Ser humano” é mais do que ser apenas criação de Deus, é ser como Cristo é. E ser como Cristo é significa ser humano como Ele foi, amar como Ele amou e viver como Ele viveu na terra. É bom lembrar que Jesus se apresentou ao mundo, como Filho de Deus e Filho do homem.

Penso que hoje, muitos cristãos estão em busca de uma espiritualidade desassociada de sua humanidade. Esquecem que a verdadeira espiritualidade é aquela que nos torna mais humanos e generosos com o próximo. O que de fato o mundo precisa é de cristãos mais humanos, que carregam em si, o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, pois esvaziou a si mesmo, assumiu a forma de servo e tornou-se semelhante aos homens. (Fp.2:5-7).
Quero primeiro ser um cristão mais humano, para enfim me tornar um humano mais santo!