segunda-feira, 9 de outubro de 2017

COEXISTIR

Hoje, ao cair da tarde, contemplando o pôr do sol da sacada do meu apartamento, meus olhos se deleitavam com a beleza dos raios do sol incidindo sobre as nuvens. À medida que o tempo passava, o grande astro luminoso mergulhava vagarosamente na linha do horizonte. Fiquei ali quieto até o céu escurecer.

O entardecer para mim não é nostálgico, é sempre um momento especial de boas recordações. Das muitas lembranças, descrevo um final de tarde que marcou muito minha vida. Era um dia de inverno, e uma garoa caía lentamente, deixando o clima bem fresco. Sentado em um mocho pequeno, sob as folhagens da goiabeira do quintal lá de casa, presenciei aquela transformação com um olhar estupefato. Como poderia ser isto!?

Daquele casulo saía uma linda borboleta, de asas grandes e de um azul cintilante indescritível. Concluída a metamorfose, meus olhos testemunharam os primeiros voos daquele belo inseto. Por algum tempo fiquei com a mente imersa no surgimento daquela extraordinária criação de Deus.Pela primeira vez parei para pensar sobre a vida além da existência humana. Foi a partir daí que passei a ver o mundo ao meu redor com um olhar diferente. Entendi que a vida compreende um conjunto de existências, que coexistir é que nos torna maiores do que já somos. Meus olhos se abriram para a realidade de que, toda a criação é obra das mãos de Deus.

Já satisfeito com o que tinha experimentado, levantei, peguei o mocho, e entrei em casa levando o universo comigo. Esta lembrança foi tão nítida na minha mente, que só depois é que percebi que eu estava em meu apartamento, e não na casa de infância.

Foi uma recordação que me fez muito bem, pois até sonhei que voava com as asas da borboleta!            

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