quarta-feira, 3 de março de 2010

CHUVA

Olhar por cima a chuva caindo é algo nostálgico e terapêutico para mim.
Todas as vezes que começa a chover, corro pra janela e banho na chuva sem me molhar.
Do quinto andar, fico observando a chuva cair, sobre telhados, árvores e asfalto; também a vejo solta no ar.
[...]
É tempo de chuva!
Chuva que cai, chuva que vai...
Chuva que desce pra depois subir...
Chuva que molha, renova e transforma...
Chuva que inunda, encharca, lava e suja...
Chuva que faz os pés molhar e impede a roupa enxugar...
Chuva que enche e faz os rios transbordar...
Chuva esperada, chuva rejeitada...
Chuva! Ó chuva! Chegaste na hora certa, mas demoraste a passar...
O volume das tuas águas fez o bueiro submergir e a casa alagar...
Chuva que sacia as raízes das árvores para os frutos alimentar...
Chuva que nasce de baixo, mas só de cima se deixar revelar...
Chuva de outrora, que me fez banhar, na goteira do telhado do meu lar...
Chuva que molhou minha cabeça e encharcou minha memória...
Chuva que marcou minha infância e enriqueceu minha história...
Chuva! Ó chuva! Quem me dera ser como tu, usada por Deus para todos abençoar...
[...]
Que saudade das chuvas de maio, que quando criança, minha mãe me deixava banhar.
Que saudade das chuvas de inverno, que nos campinhos faziam a gente escorregar.
Chuva! Ó chuva! Estarei na janela, sempre à tua espera, para contigo relembrar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário