As imagens das mudanças
climáticas, a força da natureza e a fúria animalesca sobre o corpo humano, leva
o telespectador a admirar a capacidade que o homem tem, de suportar situações
que beiram os limites de sobrevivência.
Para mim, o que torna o filme significativo e o livra do
simplismo, é que o enredo é norteado por uma declaração ousada e ao mesmo tempo
inquietante, quando transportada para a realidade da vida. A expressão “O vento não derruba a árvore que tem raízes
fortes” induz os mais perspicazes a
uma análise mais apurada sobre a subsistência humana, em meio às adversidades e
intempéries que os envolve. Se o vento é indomável, a árvore é vulnerável e a
raiz pra ser forte depende do que a terra lhe oferece, então há algo além do
previsível e do visível, que de fato possibilite ao homem superar seus limites
de sobrevivência pra se manter em pé. O autor do filme tenta mostrar isto ao
telespectador recorrendo ao velho recurso das cenas de cunho sobrenatural. A
presença do espírito amigo acompanhando o amado que ficou. No final, a gente
regressa pra casa com a sensação de que jamais teremos raízes fortes para suportar
o insuportável.
Talvez não exista exemplo mais notável de resistência,
frente às vicissitudes pelas quais o ser humano pode passar, do que a história
de Jó. Conhecendo o que se passou com este homem, fica claro que ele era como
árvore de raízes fortes. Todavia, com a declaração “Eu sei que o meu Redentor vive”, Jó deixa claro que a força de suas
raízes não vinha de baixo, mas de cima. Fazendo um paralelo da história do
personagem representado por DiCaprio, com o
sofrido e perseverante Jó, mais uma vez concluir que, o homem uma vez
caído, só consegue levantar-se se suas raízes estiverem fincadas no chão da
existência de Deus.
Saí do cinema lembrando-me de uma declaração popular, que
não está contida literalmente na Bíblia, mas expressa a realidade da trajetória
humana na terra: O cair é do homem e o
levantar é de Deus!
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