sexta-feira, 4 de março de 2016

No escurinho do cinema

Assisti “O Regresso”. Filme que fez Leonardo DiCaprio ganhar a estatueta de melhor ator do Oscar 2016. Na verdade, não achei o filme grande coisa, comparado a outros de enredos semelhantes. A trama é de mais uma história de vingança pessoal, coisa que, justiça seja feita, os americanos sabem dramatizar muito bem. Palmas para eles!

 As imagens das mudanças climáticas, a força da natureza e a fúria animalesca sobre o corpo humano, leva o telespectador a admirar a capacidade que o homem tem, de suportar situações que beiram os limites de sobrevivência.
Para mim, o que torna o filme significativo e o livra do simplismo, é que o enredo é norteado por uma declaração ousada e ao mesmo tempo inquietante, quando transportada para a realidade da vida. A expressão “O vento não derruba a árvore que tem raízes fortes” induz os mais perspicazes a uma análise mais apurada sobre a subsistência humana, em meio às adversidades e intempéries que os envolve. Se o vento é indomável, a árvore é vulnerável e a raiz pra ser forte depende do que a terra lhe oferece, então há algo além do previsível e do visível, que de fato possibilite ao homem superar seus limites de sobrevivência pra se manter em pé. O autor do filme tenta mostrar isto ao telespectador recorrendo ao velho recurso das cenas de cunho sobrenatural. A presença do espírito amigo acompanhando o amado que ficou. No final, a gente regressa pra casa com a sensação de que jamais teremos raízes fortes para suportar o insuportável.  

Talvez não exista exemplo mais notável de resistência, frente às vicissitudes pelas quais o ser humano pode passar, do que a história de Jó. Conhecendo o que se passou com este homem, fica claro que ele era como árvore de raízes fortes. Todavia, com a declaração “Eu sei que o meu Redentor vive”, Jó deixa claro que a força de suas raízes não vinha de baixo, mas de cima. Fazendo um paralelo da história do personagem representado por DiCaprio, com o  sofrido e perseverante Jó, mais uma vez concluir que, o homem uma vez caído, só consegue levantar-se se suas raízes estiverem fincadas no chão da existência de Deus.
Saí do cinema lembrando-me de uma declaração popular, que não está contida literalmente na Bíblia, mas expressa a realidade da trajetória humana na terra: O cair é do homem e o levantar é de Deus!

 

 

 

 

 

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