quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Saudade desalmada

Não é saudade do que vivi e ficou pra trás.
Nem tão pouco é saudade do que outrora experimentei e me lembrei.
Esta saudade é saudade desalmada porque é saudade do que não vivi o que no passado desejei. Como diz Fernando Pessoa no Livro do Desassossego: “... não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram”.
Coisas que nunca foram, nem sempre significa que não existiram, mas porque deixamos de usufruí-las no passado: Uma viagem perdida, contada pelos outros; um livro não lido, mas muito comentado, que já não se acha mais; um namoro desejado, que foi impedido pela distância; o jogo esperado, que coincidiu com a prova da faculdade; uma aproximação maior com alguém que já não existe mais, e por aí vai...
Saudade sentida do que deveria ser, mas não foi.
É aquela saudade marcada pelo vazio de algo que existe na lembrança do passado. Acho que o Rubem Alves tinha razão ao dizer: “Saudade é a dor que se sente quando se percebe a distância que existe entre o sonho e a realidade”.
Há! Como seria diferente meu hoje se meu passado tivesse deixado esse vazio ser preenchido por aquilo que deixou de ser!
Retroceder é impossível, choramingar o tempo perdido é tolice, admitir a verdade é o melhor a fazer.
Não foi meu passado que tornou meu presente diferente, foram tão somente as nódoas das minhas omissões, medos, conformações e procrastinações.
Diante da verdade só me resta uma coisa a fazer: Transformar esta saudade em um aliado pra viver melhor o presente.
O meu consolo é a certeza que esta saudade é sufocada pelo agora, pela vontade de continuar vivendo o que vivo hoje, independe do que não vivi ontem. Com o passar do tempo minha saudade ganhou alma e meu passado fez as pazes com meu presente.
A verdade é que minha esperança se tornou maior que meu passado, por isso nenhuma saudade é maior que meu presente e futuro. Vivo o presente olhando firmemente para o futuro: A volta gloriosa do Eterno!
Cristo! Minha maior esperança!

 

 

 

 

 

 


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