segunda-feira, 28 de abril de 2014

Simplicidade

Se existe algo fácil de falar e difícil de viver isto se chama: Simplicidade. Pra começo de conversa, simplicidade e naturalidade são coisas inseparáveis; quanto mais natural formos mais simples seremos. A verdade é que o ser humano gosta de complicar as coisas. Até pra nascer já não se nasce mais como antigamente. Parto normal se tornou novidade e cesariana passou a ser regra geral. Incrível é vê que o Criador só precisou de poucas palavras para criar todas as coisas, no entanto, inventamos tantas coisas para poder gerar alguma coisa de verdade.
 
Perdemos a simplicidade porque esquecemos que simples mesmo é tudo o que já existe e estar ao nosso dispor, só precisamos aprender a usá-los da forma mais natural possível. Quer vê uma coisa; hoje a maioria do que se come já não é natural, é artificial. Não se chupa mais laranja, se faz suco de laranja e ainda se põe açúcar. Ah! Que saudade daqueles tempos em que se comia fruta tirando-a direto do “pé”. Acho que chupar a laranja é mais simples e menos complicado do que fazer o suco. Vejamos os meninos de hoje..., já não transformam as coisas naturais em brinquedos, porque basta comprar que já vem feito. Tive o prazer de fazer meus próprios brinquedos usando materiais tirados da própria natureza. Eram simples, mas de valores incalculáveis. Velhos tempos! Belos dias!

O problema é que nunca nos conformamos em usufruir a vida com o que realmente é essencial para nós. Sempre buscamos algo além do que a própria vida nos oferece, e aí acabamos complicando tudo e perdendo a simplicidade. Penso que o Rubem Alves ao escrever “O tempo e as jabuticabas” tem razão ao dizer que: O essencial faz a vida valer a pena. É na simplicidade que aprendemos a olhar as coisas como elas realmente são, tanto na beleza externa como na essência. Uma das marcas de Jesus ao passar por este mundo foi a simplicidade no modo de viver e ver a vida. Ele tratava os problemas da vida usando o modo simples e natural de como as aves do céu viviam e de como os lírios do campo cresciam. O olhar de Jesus era um olhar simples, livre de adereços artificiais, por isso conseguia olhar o que estava oculto aos olhos naturais. Mesmo sendo o criador de todas as coisas, Jesus abraçou a simplicidade e desafiou os seus seguidores também a isto. Antes mesmo de contemplar as maravilhas de sua criação, Ele primeiro aprendeu a usar com simplicidade as maravilhas que já havia nele mesmo: a capacidade de ver, ouvir, tocar, provar, cheirar, sorrir e amar.
Simplicidade é um estilo de vida que só pode ser explicado usando-se argumento antagônico, e isto o apóstolo Paulo fez muito bem ao revelar seu modo de viver: “... entristecido, mas sempre alegre; pobre, mas enriquecendo muitos; nada tendo, mas possuindo tudo” (II Co.6:10).

Sendo assim, só nos resta ser: “... simples como as pombas” (Mt.10:16).