Perdemos a simplicidade porque esquecemos que simples mesmo é tudo o que já existe e estar ao nosso dispor, só precisamos aprender a usá-los da forma mais natural possível. Quer vê uma coisa; hoje a maioria do que se come já não é natural, é artificial. Não se chupa mais laranja, se faz suco de laranja e ainda se põe açúcar. Ah! Que saudade daqueles tempos em que se comia fruta tirando-a direto do “pé”. Acho que chupar a laranja é mais simples e menos complicado do que fazer o suco. Vejamos os meninos de hoje..., já não transformam as coisas naturais em brinquedos, porque basta comprar que já vem feito. Tive o prazer de fazer meus próprios brinquedos usando materiais tirados da própria natureza. Eram simples, mas de valores incalculáveis. Velhos tempos! Belos dias!
O problema é que nunca nos conformamos em usufruir a vida com
o que realmente é essencial para nós. Sempre buscamos algo além do que a
própria vida nos oferece, e aí acabamos complicando tudo e perdendo a
simplicidade. Penso que o Rubem Alves ao escrever “O tempo e as jabuticabas”
tem razão ao dizer que: O essencial faz a vida valer a pena. É na simplicidade
que aprendemos a olhar as coisas como elas realmente são, tanto na beleza externa
como na essência. Uma das marcas de Jesus ao passar por este mundo foi a
simplicidade no modo de viver e ver a vida. Ele tratava os problemas da vida usando
o modo simples e natural de como as aves do céu viviam e de como os lírios do
campo cresciam. O olhar de Jesus era um olhar simples, livre de adereços
artificiais, por isso conseguia olhar o que estava oculto aos olhos naturais. Mesmo
sendo o criador de todas as coisas, Jesus abraçou a simplicidade e desafiou os
seus seguidores também a isto. Antes mesmo de contemplar as maravilhas de sua
criação, Ele primeiro aprendeu a usar com simplicidade as maravilhas que já havia
nele mesmo: a capacidade de ver, ouvir, tocar, provar, cheirar, sorrir e amar.
Simplicidade é um estilo de vida que só pode ser explicado
usando-se argumento antagônico, e isto o apóstolo Paulo fez muito bem ao
revelar seu modo de viver: “...
entristecido, mas sempre alegre; pobre, mas enriquecendo muitos; nada tendo,
mas possuindo tudo” (II Co.6:10).
Sendo assim, só nos resta ser: “... simples como as pombas” (Mt.10:16).